domingo, 19 de dezembro de 2010

O caso Lafuente Estefania


Marcial Lafuente Estefania é um caso muito particular na produção de novelas do Oeste. Inspirando-se nas personagens centrais do teatro espanhol do Século XVII cujos arquétipos substituiu pelos personagens da novela do Oeste, escreveu mais de 2600 novelas para publicação pela Editorial Bruguera. Todas elas se caracterizavam por um número de páginas à volta das 100, ausência de longas descrições as quais no entanto eram muito rigorosas relativamente ao ambiente e ao espaço, diálogos que por vezes se tornavam hilariantes pela forma como se desenvolviam. Ocasionalmente, para respeitar as normas da Bruguera, as novelas terminavam abruptamente com finais pouco desenvolvidos.
Estefania sofreu a perseguição franquista: durante a guerra foi oficial de Artilharia do Exército Republicano na frente de Toledo e depois dela decidiu não exiliar-se, pelo que sofreu o cárcere em Espanha várias vezes. Na prisão, apesar da falta de meios, começou a escrver de forma concisa, aproveitando pedaços de papel. Em liberdade, começou a publicar sob pseudónimo tendo utilizado “Tony Spring” ou “Arizona”, masa depois voltou ao seu verdadeiro nome.
Em Portugal há 614 registos na Biblioteca Nacional de novelas deste autor. Admite-se que o número de publicações tenha sido superior considerando as colecções que não procediam àqueles registos. Daqueles 257 são da IBIS e 218 da APR.
Apresentam-se as capas de 4 novelas publicadas na colecção Arizona, três delas assinadas por Carlos Alberto. Terão sido alguns dos poucos trabalhos deste ilustrador nesta área, os quais sugerem que nem terá lido as novelas: o pistoleiro não aparece vestido de negro, a tumba da jovem vingada não se vê, mas, é verdade, os cartazes aparecem na última das capas.
Ainda hoje a sua obra é editada na América Latina e nos Estados Unidos.










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