terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A Ameaça da Forca


Imaginem que a ameaça da forca pairava sobre a acção dos políticos de hoje. Nesse contexto, seria possível que alguém que tivesse tido quase dez anos de governação e recebesse fundos para o desenvolvimento de um país, aplicando-os na destruição da agricultura, pescas e parte das indústrias, permitindo a sua captação pelos mais diversos agentes em esquemas de falsa formação e especulativos, viesse, alguns anos depois,perante os resultados da acção ruinosa, com lágrimas de crocodilo falar em “vergonha” pela fome que muitos sentem? Duvido...
Na novela do Oeste, os hábitos eram muito diferentes. A ameaça da forca estava sempre presente, mesmo perante o cidadão mais honesto e pacífico. Bastava que algum que não lhe apreciasse a pinta se lembrasse e o apontasse a uma multidão enfurecida. Depois, era aquele ritual do tipo “vê o teu destino se não te portares bem...” , deixando os corpos pendurados alguns dias, a apodrecer, sujeitos a múltiplas formas de escárnio, cuspidelas e mordidelas de cães, que, por algum motivo, não era substituído pela simplicidade de uma bala.
A obra que nos suscitou estes comentários é de um autor que ainda mexe e que apreciámos muito pela pesrpectiva humanista que deixava patentes nas suas novelas. Nela, o pistoleiro regenera-se pelo amor de uma mulher. Um final feliz...
Ficha da obra
Colecção Búfalo, nº 120
Título: O Pistoleiro e a corda
Autor: Lou Carrigan
Tradutor: Raul Correia
Capa: Autor Desconhecido
Páginas: 124
Época de publicação: lá para 62/63

1 comentário:

  1. O pistoleiro existe, a corda também.
    A "vergonha" também, tal como a falta da dita sem aspas.
    Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado. Será?

    Olha... abraço

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