segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A corrida do cavalo morto


Via-se que aquele miúdo ia vencer a corrida. De repente algo aconteceu: um silvo cortou o ar, o cavalo dobrou as patas dianteiras e o miúdo voou sobre a sua cabeç estatelando-se a alguns metros. Algum tempo depois levantou-se mas não conseguiu escapar à fúria do dono do cavalo que, acoitando-o, o acusava de não ter tido uma condução correcta. Esse não era mais do que o próprio indivíduo que tinha apostado contra o seu próprio cavalo conseguindo assim enormes proveitos... e que não hesitara em o matar com uma seta para que a derrota fosse segura.
Alguns anos depois, o miúdo que conduzia o cavalo, já homem, procurou essa satânica criatura e o seu encontro modificou completamente as vidas dele e de todos os que viviam numa localidade onde o roubo do gado do vizinho era uma prática banal...
Ficha do livro´
Colecção Colorado nº 38
Título: A corrida do cavalo morto
Autor: A. Rolcest
Capa: autor desconhecido
Tradução:Pereira da Silva
Páginas: 126
Ano:1963
Editora: IBIS

Pistoleiros em acção


"Setembro é o mês do ano mais agradável na fronteira. Do lado de Utah a água corre cantando com a sua voz cristalina por entre as pedras brilhantes do fundo dos riachos, enquanto que, pelo lado do Arizona, os oásis isolados se veem povoados de bosques de pinheiros, abetos e carvalhos, servindo de abrigo aos meloros e gralhas, assim como também aos esquilos e outros animais que saltam de ramo em ramo" - descreve Meadow Castle.
É neste ambiente que se manifesta o conflito entre ganadeiros e vaqueiros, por um lado, e os mórmons, tradicionais criadores de ovelhas. Alguns destes fizeram acesso a métodos menos recomendáveis para substituir uns animais por outros.
Esta novela de Meadow Castle tem um conteúdo muito interessante, apesar de, por vezes, se perder em infindáveis duelos de tiros e punhos. O autor parece entretanto um pouco mais comedido do que nas primeiras obras.
Neste livro de 1981, data de publicação em Portugal, detecta-se já a desfiguração das colecções da APR. A colecção Arizona não perdeu o seu logo, mas a colocação do título do livro já não ocorre no local onde era inicialmente. Os velhos autores da Bruguera voltaram na sequência da falência da IBIS, alguns em catadupa como se pode detectar na listagem de títulos da Búfalo.
Ficha do livro
Colecção Arizona nº 265
Título: Pistoleiros em acção
Autor: Meadow Castle
Capa: autor desconhecido
Tradução: Carlos S. Robalo
Páginas: 128
Ano: 1981
Editora: APR

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Nick, o bufarinheiro


Era um indivíduo extremamente infantil que, num carrito de madeira puxado por um burrico, andava de terra em terra vendendo bugigangas e fazendo rir todos os que se cruzavam com ele. Um dia, no seu deambular, ouviu tiros e encontrou um homem pelo qual já nada pôde fazer. Achou graça ao seu chapéu e ficou com ele, inconsciente relativamente Às implicações que isso teria.
Estava a aproximar-se de uma cidade onde um dentista, um banqueiro e um jogador eram detentores de interesses realmente importantes. Um deles era o homem que lhe tinha morrido nos braços. Que se passara? Que consequências iria aquilo ter no seu deambular? Que encontro lhe estava reservado com o amor?
Michael O'Clement, sete livros registados em Portugal, aparece-nos com um tema um pouco diferente onde o herói é um anti-herói. Ele consegue resolver o problema, mas não encontrou o amor naquela jovem que iria pertencer a outro... e abandonou a cidade com a tristeza a dilacerar-lhe o coração.
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº215
Título: Nick, o bufarinheiro
Autor: Michael O'Clement
Capa: autor desconhecido
Tradução: M. Correia
Páginas: 126
Ano: 1970
Editora: APR

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Às portas da morte

Aquele jovem deixava-se arrastar facilmente para a bebida e perdia enormes quantias de dinheiro ao jogo o que o levou a arruinar o pai. O pérfido dono do saloon organizava aquelas partidas com o objectivo de depenar incautos e, um dia, chegou ao extremo de matar um abastado rancheiro deixando junto dele um objecto pessoal do rapaz para o incriminar.
De um momento para o outro, o rapaz perdeu a noiva, viu o seu pai com o rancho hipotecado e sem dinheiro para pagar a hipoteca e foi acusado de assassínio. Mas o xerife não estava completamente convencido com aquela história e deixou-o partir em liberdade...
Com algumas gafes, Raf G. Smith apresenta-nos mais uma novela policial em ambiente do Oeste à qual consegue dar um final feliz. Mas não consegue explicar o que aconteceu ao irmão de Clarence nem como esta se encontrou com o pérfido dono do saloon à saída do rancho de Diane horas depois de aquele o ter abandonado. Mas é um Raf mais suave, menos fanfarrão embora com alguma tiradas que fazem rir.
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº 196
Título: Às portas da morte
Autor: Raf G. Smith
Capa: autor desconhecido
Tradução: M. Correia
Ano: 1968
Editora: APR

John Washington

Trata-se de um pseudónimo de Joaquim Ferreira Martins, tendo 14 obras registadas na Biblioteca Nacional através das colecções da APR. São elas:

01. Terras de violência - Colecção Arizona, nº 45 - 1961
02. Sangue rebelde - Colecção Bisonte, nº 104 - 1961
03. Os três cavaleiros do mal - Colecção Bisonte, nº 132 - 1963
04. Doping! - Colecção Detective, nº 139 - 1966
05. O pistoleiro preto - Colecção Bisonte, nº 168 - 1966
06. Dois homens para matar uma mulher - Colecção Detective, nº 146 - 1967
07. O assassino levava flores - Colecção Bisonte, nº 153 - 1965
08. O paraíso da "heroína" - Colecção Detective, nº 149 - 1967
09. Uma mulher uniformizada - Colecção Serviço Secreto - 1967
10. Feira de crimes - Colecção Detective, nº 153 - 1967
11. A chegada de "El diablo" - Colecção Bisonte - 1967
12. Um homem chamado furacão - Colecção Arizona, nº 126 - 1967
13. Mafia - Colecção Detective, nº 157 - 1967
14. O golpe quase perfeito - # - 1968

# Sem indicação de Colecção na Biblioteca Nacional

Terras de violência

Esta é a história de um homem que chega a uma cidade com uma estrela de xerife e se dedica a eliminar, com a ajuda de um amigo e de um velho rancheiro, uma corja de bandidos que por lá dominava e tentara enforcar o rancheiro.
O livro, difícil de tragar, tem uma passagem na qual apresenta os versos "O bandido encantado":

Um cavaleiro a galope
dos defensores da lei fugia,
correndo não reparou
o que uma jovem fazia

Era formosa mas pobre,
duas armas possuia.
Com mão firme o arrastou
para onde se escondia.

O malfeitor deslumbrante
perante ela se ajoelhou,
estava trémulo e triste
e a custo balbuciou:

- Obrigado!... minha estrela
que do céu me vieste soltar,
prostado diante de ti, juro...
que só o teu amor me fará emendar.

Se esse amor comigo vier ter,
este malfeitor se vai entregar.
Que a lei dos homens faça justiça
e do meu arrependimento, talvez perdoar.

Com os olhos erguidos p'ró céu
dos seus crimes perdão pediu.
Ao seu amor ele enlaçou,
e pela primeira vez, feliz sorriu.

E, dos lábios da rapariga,
um "sim" harmonioso de fez ouvir
seus lábios lindos lhe entregou,
e logo o jovem os fez uni.

Mas, no peito dessa mulher
o seu coração tremia,
tinha medo de perder
esse rapaz que tanto queria.

E um dia, ao começar,
mão perversa o matou,
uma pomba branca de neve
até ao céu ela voou.

E a pobre rapariga
que de manhã se levantou
ao quarto dele se dirigiu
abriu a porta e entrou.

Um grito dilacerante ela sooltou
ao ver o seu amor ensanguentado
ferida na sua dor mais sagrada
levou as mãos ao rosto e recuou.

Pasados os primeiros minutos,
uma silhueta lá distinguiu
de olhos pequenos mas cruéis
que para ela se dirigiu.

De um salto estava junto dela,
frio punhal uma dextra segurava,
era um bandido, um criminoso,
que a Justiça procurava.

Era o chefe da quadrilha
à qual o morto pertencera.
Estava ali para juntar
a linda moça ao que morrera.

Triste, a jovem fitou o amante
densa névoa a vista lhe toldou,
as suas armas fogo vomitaram
um grito por entre vales ecoou.

Então a rapariga, recuando sempre,
ao seu amado se abraçou.
Pegando na arma que lhe dera a morte
com os seus próprios braços se matou.

Mais palavras para quê? É um autor português, com certeza. John Washing, 17 obras registadas na Biblioteca Nacional, com o apelido Washington...
A capa é, com certeza, de Carlos Alberto.
Ficha do livro
Colecção Arizona, nº 45
Título: Terras de Violência
Autor: John Washing(ton)
Capa: Carlos Alberto (hipótese do Memorial)
Tradução: Joaquim F. Martins (o verdadeiro nome do autor, hipótese do memorial)
Páginas: 157
Ano: 1961
Editora: APR

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A desforra


A guerra tinha terminado, mas alguns soldados da Confederação recusaram-se a aceitar a derrota. Sob o comando de um velho, valente e honrado general organizaram-se e procuraram manter o combate pela velha causa. No entanto, muitos dos seus actos descambaram facilmente em banditismo. Ao fim de algum tempo estavam infiltrados de traidores à causa que procuravam benefícios nos golpes que davam. As forças da União também tinham penetrado no seio deles.
É neste ambiente que se integra a personagem central da novela: um homem fiel aos valores do Sul e que encontrou na filha do velho general uma razão para viver. Em determinado dia, o inevitável acontece: os traidores são desmascarados e o velho general acaba por fazer justiça por suas mãos. No entanto, um balázio tornou-lhe irremediável a morte e as suas últimas palavras pediram aos homens para se integrarem na União onde haveria lugar para todos. O mesmo foi prometido por um soldado da União infiltrado.
Trata-se de uma novela muito interessante de Berney W. Byrds, autor com apenas dois registos em Portugal.
A capa, não assinada, mostra um momento da luta com um traidor infiltrado no grupo de resistentes.
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº 161
Título: A desforra
Autor: Berney W. Byrds
Capa: autor desconhecido
Tradução:Rui Neves da Silva
Ano: 1966
Editora: APR

Do Uruguai...

Hoje, tivemos a prova de que o Memorial é apreciado fora do país, através de uma saudação do responsável da Bolsilivros Bruguera, Nicolas Saluni.
A sua amabilidade, convidando-nos ao uso das suas "portadas" , fica aqui registada.
Quanto a nós só podemos dizer: Nicolas, o Memorial é teu!

A cidade morta


Nada parecia poder salvar aquela cidade. O gado, levado pela peste, morreu. As pessoas começaram a adoecer com manifestações corporais repugnantes. Os rios eram depósitos de água inquinida.
Mas tudo isto se tornou suspeito e um grupo de homens resolveu resistir, averiguar o que se passava e defender a sua terra. Para não haver represálias sobre outros que a abandonaram e se instalaram a alguma distância, "esperando que tudo passasse", resolveram cobrir as suas feições. Garantiam assim que a repugnância que despertavam não era estendida aos que acolhiam os seus companheiros mais pacatos...
E aos poucos veio a perceber-se que tudo aquilo fora engendrado por uma mente pérfida interessada em que todos partissem para se apoderar de algo muito rico...
Trata-se de um livro de A. Rolcest que considero um pouco "chato".
A capa, de Bosch Penalva, mostra um dos encapuçados (encapuchados no livro) em acção.
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº 64
Título: A cidade morte
Autor: A. Rolcest
Capa: Bosch Penalva
Tradução: Fernado Esteves e Rui Costa
Páginas: 128
Ano: 1958
Editora: APR

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Homem de Dodge


Tinham chegado à cidade conduzindo uma manada com a qual fizeram bom dinheiro. Depois de dois anos sem verem aquele bulício, ficaram fascinados. Um foi procurar a prometida namorada. Outro foi beber uns copos... e houve quem se aproveitasse da sua fragilidade: embebedaram-no, conduziram-no ao jogo, ficaram-lhe com todo o dinheiro e, quando descobriu que tinha havido batota, mataram-no. Mas a sorte do seu irmão foi um pouco melhor, embora também não fosse boa: a prometida professorinha era agora uma grande senhora, dona de alguns domínios, que aproveitara o bom relacionamento com um batoteiro de boas maneiras, o mesmo que lhe matara o irmão... e começou a vingança... que só terminou quando seguiu o seu caminho de mão dada com a mulher que amara.
Este livro de Mark Halloran é, mais uma vez, notável. Pelo conteúdo e pelo estado: está completamente esfrangalhado, cadernos quase separados; a capa, não assinada, digna do cartaz de um Western dos bons velhos tempos, está cheia de vincos, mas mantém alguma beleza; e, no entanto, está completo o que dá para saborear todo o conteúdo...
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº 67
Título: O Homem de Dodge
Autor: Mark Halloran
Capa: autor desconhecido
Tradução: Pedro Santos
Páginas: 135
Ano: 1958
Editora: APR

Condenado ao chumbo

A região em torno do Rio Pecos estava pejada de índios combativos e de ladrões de gado, mas atravessá-la e conseguir estabelecer-se era um passaporte para uma vida bem mais rica. Foi isso que motivou um velho "coronel" a empreender uma viagem e a fazer escala em "Santone" onde a manipulação da lei por um conjunto de indivíduos sem escrupulos quase o atirou e aos acompanhantes para a forca. Salvou-o a atitude de rurais e um pistoleiro que acabou por condenar ao chumbo o xerife, o juiz, o dono da taberna e todos os corruptos. Depois granjeou o seu apoio para o atravessar da região.
Este livro de Estefânia pertence ao lote dos intragáveis, sendo-me impossível levar a sua leitura até ao fim.
Ficha do livro
Colecção Búfalo, nº64
Título: Condenado ao chumbo
Autor: M. L. Estefânia
Capa: autor desconhecido
Tradução: Fernadez Gil
Páginas: 128
Ano: 1959
Editora: APR

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vim para matar

Mais uma vez, o tema da vingança é o fio condutor de uma novela de Sam Fletcher. Um homem persegue outros que lhe assassinaram a família. No seu caminho, cruza-se uma cantora de saloon formosa, e um francês dono do mesmo. Depois de encontrar quem pretendia e ter feito justiça, o dono do saloon aparece morto com uma faca cravada no coração e as suspeitas recaem sobre ele. A agravar isto, um conjunto de bandidos, disfarçados de soldados (tinham-nos morto e roubado a farda) chega à povoação e parece que também tinha contas a ajustar com o vingador. Este, feito prisioneiro, acaba por ser salvo no último instante pela bela cantora e as suas vidas retomaram um rumo diferente...
Trata-se de mais um livro de Sam Fletcher o que é sinónimo de muito tiroteio do princípio ao fim.
A capa, não assinada, mostra a actuação da bela cantora perante os falsos soldados...
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº 171
Título: Vim para matar
Autor: Sam Fletcher
Capa: autor desconhecido
Tradução:Luis Manuel Marçal dos Santos
Páginas: 128
Ano: 1965
Editora: APR

Muitas Túnicas

Quando li esta história pela primeira vez, chamava-se Raio de Luar. Agora, a designação está mais rigorosa, embora menos atraente: Muitas Túnicas...




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Coração de pistoleiro

Um homem é contratado para cair nas boas graças de uma mulher deliciosa, frágil dona de um rancho onde o contratante sabia existir petróleo, com o objectivo de a convencer a alienar a propriedade. Desempenha bem a sua missão, mas acaba por se apaixonar pela rapariga e, no final da história, redime-se do seu passado de indesejável contribuindo para a eliminação dos malvados.
Há 93 registos de Eddie Thorny nos quais a BN integra os livros de Edward Goodman, ambos pseudónimos de Eduard Guzmán Espinosa, o primeiro para obras de ambiente policial o segundo para novelas do Oeste.
A capa, de Vicente Roso, mostra um pormenor da luta para ajudar a jovem rancheira num ambiente sinistro que se adivinha cheio de nuvens escuras.
Ficha do livro
Colecção Búfalo, nº151
Título: Coração de pistoleiro
Autor: Edward Goodman
Capa: Vicente Roso
Tradução: Fernando de Sá
Páginas: 159
Ano:1966
Editora: APR

Vou enlouquecer

Aquele homem sabia que, quando atingisse os trinta anos, estava condenado a enlouquecer. Era um problema hereditário...
Uma jovem, herdeira rica de um rancho, era prima de dois bandidos que pretendiam assassiná-la para se apoderar dos seus bens. Pensou assim em casar-se por forma a quebrar o elo hereditário e entendeu que aquele jovem, que atingia os trinta anos, a poderia ajudar.
Eu não sei se o autor está louco com um argumento destes, se o homem ficaria mesmo louco, ou se sou eu quem vai ficar neste estado após estas leituras. O certo é que, com esta trama, com um fio condutor tão frágil, Spencer Curtis consegue urdir um livro interessante que culmina com uma carta de um médico a informar o potencial louco que ele tinha sido adoptado e que portanto não tinha que se preocupar com o futuro...
Spencer Curtis é um autor com apenas 7 registos em Portugal todos na APR entre 1963 e 1967.
A capa, não assinada, mostra um pormenor da luta do homem condenado à loucura...
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº165
Título: Vou enlouquecer
Autor: Spencer Curtis
Capa: autor desconhecido
Tradução:Jorge Batista Borges
Páginas: 143
Ano: 1965
Editora: APR

As reservas

Só a palavra enerva...
Sacaram-lhes as terras e depois "reservaram-lhes" uns espaços onde poderiam "viver" até que se lembrassem de os correr, outra vez, dali para fora...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Terra queimada


"O território do Oregon, disputado tempos atrás pela Inglaterra e Estados Unidos, fora já admitido na União como trigésimo terceiro estado. Algumas feitorias britânicas estabelecidas ali anteriormente, mantinham-se adaptadas à nova estrutura política. Mas algumas havia que, segundo parecia, não procediam com lealdade..." . palavras de A. Rolcest.
É neste contexto e no territótio dos mil lagos que toda uma série de feitorias de obediência às leis da União aparecem destruídas, arrasadas e bem assim todas as povoações que as apoiavam. Parecia consequência de ataques de índios, mas isto levou a pensar-se que alguém pretendia jogar no descontentamento entre Yankees e índios.
O autor traz-nos uma obra muito interessante com todo o sabor do ambiente do estabelecimento dos colonos. Na acção, uma jovem tem um papel essencial, mostrando por que razão A. Rolcest é considerado um dos poucos autores em cujas novelas as mulheres não têm um papel secundário, de ornamentação/finalização adocicada.
A capa, não assinada, mostra um pormenor da luta com um bando de traidores que se tinha vendido aos ingleses.
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº 66
Título: Terra queimada
Autor: A. Rolcest
Capa: autor desconhecido
Tradução: Pedro Santos
Páginas: 128
Ano: 1958
Editora: APR

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cisco por Sallinas


Mas Sallinas também deixou um conjunto de capas inesquecíveis que andaram em minha casa desde que me lembro de mim...


Cisco por Carlos Alberto

Algumas das capas de revistas publicadas em Portugal foram elaboradas por desenhadores portugueses. Um dos mais importantes foi Carlos Alberto o qual elaborou mais de um milhar de capas para o Mundo de Aventuras. Aqui deixamos dois exemplares, relativos a duas fases diferentes do MA, que permitem apreciar a sua qualidade...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Assassinos contratados

O miúdo tinha apenas doze anos quando, numa deslocação à cidade para registo de uma mina de prata, o pai foi assassinado por um proprietário invejoso acompanhado de vários arruaceiros. Quando se lembraram de fazer o mesmo ao miúdo para não serem acusados, foram atacados por um grupo de apaches e, na refrega, os contendores dizimaram-se uns aos outros o que resultou na fuga do cabecilha do assassinato e no ferimento da criança. Esta acabou por ser encontrada por um pistoleiro errante que o curou e preparou para a vida. A ideia de vingança nunca desapareceu da sua cabeça e um pretexto aconteceu quando alguém que viu a sua rapidez com as armas o contratou para um trabalhinho na sua terra natal: Desolação. Na origem de tal contrato estava o cabecilha do assassinato. Assim, um dia, integrado no grupo de seis assassinos contratados regressou à sua terra... não para realizar o que o patrão queria, mas... para consumar a sua vingança...
Henry Keystone... 108 registos em Portugal dos quais uma massiva maioria através da APR. A trama é interessante, embora pareça que o autor tenha facilitado muito o caminho à personagem central até este conquistar a bela e ardente Mercedes Lanuza.
A capa, não assinada, mostra um dos contratados em acção.
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº156
Título: Assassinos contratados
Autor: Henry Keystone
Capa: autor desconhecido
Tradução: Rui Neves da Silva
Páginas: 126
Ano: 1965
Editora: APR

Mulheres valentes


Esta "portada" mostra claramente a razão pela qual, no Oeste, muitos condutores podiam prosseguir tranquilos o seu caminho.

Tratar com cuidado

Vem aí o fim de semana. O tempo livre diminuiu substancialmente a um dos colaboradores do Memorial pelo que, amanhã, não sairá o Condor Popular e, em termos de música,não conseguimos melhor do que este Handle With Care...



Já agora aproveitem para usar este link onde encontram o impossível: Dylan a tocar algo em ritmo Twist...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"Apache"


Um apache, de nome Jerónimo, revoltou-se contra a exiguidade das reservas que tinham sido atribuídas aos índios e começou a atacar a zona fronteiriça entre o México e Texas. Tanto bastou para que, em outras regiões afastadas daquela, outros índios começassem a praticar actos de vandalismo nalguns casos apoiados oportunisticamente por brancos que queriam aproveitar-se da situação.
Um rancheiro, caracterizado por desenvolver um ódio enorme a todos os índios, resolveu combater esta situação e, quando se apercebeu da razão de fundo da mesma, soube distinguir entre os que tinham uma atitude positiva e os que se dedicavam aos actos de vandalismo. No seu coração deixou de existir ódio o que foi suficiente para lhe permitir desenvolver o amor por uma linda índia criada num rancho vizinho e em relação à qual, em momento anterior, tinha tido uma reacção nada recomendável, ofendendo-a e humilhando-a.
Fred Dennis é um autor com apenas 15 registos em Portugal todos na APR.
A capa, não assinada, retrata um aspecto da luta do rancheiro que odiava apaches contra um branco escondido atrás de uma pedra que conseguiu deixar no local em que se escondia um cadáver de índio para o induzir em erro.
Ficha do livro
Colecção Búfalo nº 117
Título: "Apache"
Autor: Fred Dennis
Capa: Autor desconhecido
Tradução:Fernanda Pinto Rodrigues
Páginas: 126
Ano:1963
Editora: APR

Novo para morrer

Ele era filho de um pistoleiro e de uma cantora de saloon. Ignorava quem fora o pai o qual tinha partido sem saber que a jovem estava grávida. Aos dezassete anos, era ajudante de xerife e o destino proporcionou-lhe um inesperado encontro o qual veio a decifrar quando, às escondidas, leu o diário da cantora de saloon.
Este é um daqueles livros que dá gosto ler, apesar da frieza com que sou forçado a examinar estas novelas do Oeste. Ros M. Talbot tem 40 livros registados em Portugal, grande parte dos quais nos anos 80 ou final dos anos 70. Se forem semelhantes a este da década de 60...
A capa, não assinada, mostra um pormenor da luta do jovem indigitado xerife contra um pistoleiro cujo bando assolava Amarillo.
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº159
Título: Novo para morrer
Autor: Ros M. Talbot
Capa: autor desconhecido
Tradução:Rui Neves da Silva
Páginas: 126
Ano: 1965
Editora: APR

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ladrões na Califórnia

Quando o estado da Califórnia foi integrado na União deixando de pertencer ao México, as relações de propriedade foram revistas e muitas concessões foram atribuídas a americanos. Isto gerou algum desagrado entre mexicanos e pessoas que trabalhavam para os mesmos o que motivou uma má recepção aos novos proprietários. Esta novela integra-se neste processo de transferência de propriedade, vindo juntar-lhe os problemas suscitados por ladrões de gado e outros marginais. Assim, a recepção a um dos novos proprietários texanos foi festejada com armas e duelos. Apesar de tudo, o relacionamento deste com o anterior proprietário mexicano, uma pessoa educada, pai de duas raparigas lindíssimas, caracterizou-se pelo respeito e, a breve trecho, pela amizade o que foi solidificado pela relação com uma das meninas.
Esta é a única obra registada em Portugal de Burt Temple. Infelizmente, o livro está trucidado faltando-lhe uma série de cadernos pelo que, sendo possível, adivinhar-lhe os contornos, não é viável uma leitura efectiva.
A capa, não assinada, mostra um vaqueiro que acabou de disparar para defender a posse das reses reivindiacda por ladrões sem vergonha.
Ficha do livro
Colecção Bisonte, nº 99
Autor: Bent Temple (capa), Burt Temple (registo na Biblioteca Nacional)
Capa: autor desconhecido
Tradução:Santos Neves
Páginas: 128
Ano: 1960
Editora: APR

Ajamaro

É possivelmente um autor português, já que não é apresentado tradutor para os seus livros. A sua produção foi, na totalidade, no ano de 1963 repartindo-se pela Búfalo, Bisonte e Arizona. Eis os títulos:
1. A última bala de prata, Colecção Arizona nº 69
2. Encontro em Montana, Colecção Bisonte nº126
3. Vida por amor, Colecção Búfalo, nº105
4. Território índio, Colecção Búfalo, nº106
Por curiosidade, registe-se que o título do Búfalo 105 parece antecipar o rodapé do Búfalo 106.
Mas permanece a questão seria Ajamaro um autor português? Não encontramos qualquer documentação que o confirme ou desminta. O momento da APR, a ausência de tradução parecem contribuir positivamente para essa hipótese. Seria mais claro, no entanto, se tivesse assinado com A. J. Amaro.

Território índio

"Estavam no terceiro dia de marcha e tinham já alcançado o coração do território índio.
Muitas milhas em redor, sómente os índios habitavam aquela região e poucos brancos se haviam até então aventurado em tais paragens e os poucos que o tentaram ou foram mortos ou se viram obrigados a regressar a Santo António, muitos deles feridos.
Sómente os colonos se permitiam tais aventuras.
Eram homens empedernidos e coadjuvados por verdadeiras mulheres, os que constituiam a maioria das caravanas.
Muitas delas tinham sido destruídas e os os seus componentes chacinados depois das mais cruéis torturas. Mais do que uma devia a salvação aos bravos Federais que, apesar de também sofrerem baixas, nunca deixavam sem resposta um apelo daqueles desgraçados." - é este o ambiente deste livro assinado por Ajamaro, autor com apenas quatro obras registadas em Portugal, todas publicadas pela APR.
A capa, não assinada, mostra alguém a rezar perante uma sepultura a qual, no fundo, simboliza as inúmeras vítimas da árdua luta sustentada pelos colonos para atravessar aquele território. Uns tiveram sepultura condigna outros ficaram ao Sol à espera dos abutres...
Ficha do livro
Colecção Búfalo, nº106
Título: Território índio
Autor: Ajamaro
Capa: autor desconhecido
Tradução: não indicado
Páginas: 126
Ano:1963
Editora: APR